Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

VEM, QUE EU SOU ESPERA

Vem,
Que os meus braços abertos esperando por ti,
São como troncos despidos e tristes
de árvore que aguarda silenciosamente a Primavera.
Porque o meu corpo gela, frio,
neste abraço tão vazio,
dum beijo que desespera.

Vem,
Que o relógio do meu tempo ficou parado,
na angústia incerta do teu chegar,
procurando a tua presença em retrocesso.
Porque a boca já se cala,
o corpo não sente nem fala,
na ânsia do teu regresso.

Vem,
Que as minhas mãos estão vazias e perdidas
como aves que voam sem certo destino,
em voo peregrino de promessa de viagem.
Porque tudo em mim me impele,
em querer sentir tua pele,
em desenhar tua imagem.

Vem,
Que o meu grito saudoso  não me sai em voz,
mas rasga-me o peito dorido,
onde quero o teu rosto num suave adormecer.
Porque não tenho existência,
sou página em branco na tua ausência
poema calado que não se sabe escrever.

Vem,
Que eu sou como um rio correndo num leito,
numa pressa incansável obsessiva
de tão simplesmente em ti eu querer chegar.
Porque não me sei fingir,
e me quero apenas fundir,
deixar de ser rio entrando em teu mar.

Vem,
Que eu sou porta entreaberta na espera feliz,
numa saudade gritante calada,
que entres de vez em mim e tranques a porta.
Porque tudo em mim, nesta hora
te pede que venhas e não vás embora,
porque o resto do mundo já não importa.


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