Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cansaço em mim...


Sinto-me cansado...
e o cansaço rouba-me o ser,
e o não ser tira-me vida,
e menos vida lembra-me morte,
e morte lembra tristeza,
ou triste falta de sorte.
Sinto-me vazio...
e o vazio tira-me alma,
e sem alma sou mendigo,
pobre corpo porto de abrigo,
sou quase como um deserto,
sou tão longe, sou tão perto,
sou de mim pálida imagem,
que sem espelho sou miragem...
Sinto-me só...
e a solidão traz o silêncio,
e o silêncio traz o segredo,
que murmura em meu ouvido,
uma paz que me dá medo,
de não lhe saber o sentido,
de não lhe encontrar o jeito,
de saber se no meu peito,
bate ainda velho, o coração,
como metrónomo decadente,
em ritmo decrescente,
procurando salvação.
Sinto-me... nem sei...
um pedaço do que fui
em efémero tempo de glória,
onde gritava vitória,
a cada etapa vencida,
mas do que era outrora,
sou simples sombra agora,
que clama por um pouco de vida.
Mas, se o ar que respiro,
se tornar demais para mim,
então aí eu prefiro
antecipar o meu fim,
e de cabeça bem erguida,
tombar de vida vencida,
porque a vida não me vence a mim!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desencontros . . .

Já me cansam as lágrimas de procurar e não te ver!
Já me cansam os olhos de te ver sem te encontrar!
Dói-me o corpo e a alma na solidão de tanto te querer,
Dói-me ainda mais por saber, que nunca te deveria amar.

Sem te ver não consigo controlar esta sede de desejos!
Se te vejo parece que o meu ser salta fora de mim!
E mesmo sabendo que nunca adormecerei nos teus beijos,
Prefiro sofrer, chorar por ver-te, mesmo assim.

Eu sei que não tens culpa, de não me amar como te amo!
E que culpa tenho eu desta loucura que sinto por ti?
Só a noite e a lua sabem quantas vezes por ti chamo,
no silêncio de meu quarto vazio no qual me prendi.

Quantas vezes eu corro na ânsia de te encontrar!
As loucuras que faço só para te ver um momento!
Sabendo de antemão que apenas estou a alimentar,
e a aumentar cada vez mais este sofrimento.

Mas se tu és tudo o que na vida mais desejei,
Custa saber que para ti pouco ou nada significo.
Se tempos houve que me quiseste e eu não fiquei,
Agora que já não me queres é que eu sempre fico.

Resta-me o consolo de poder para sempre amar-te!
Mesmo que este amor nunca venha a ser correspondido!
Podem proibir-me de ter-te, de ver-te, de beijar-te!
Mas amar como te amo jamais será proibido.