Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A MAGIA DAS TUAS PALAVRAS

As tuas palavras, meu amor,
São como o sol e a água numa flor,
que desponta ternamente no meu jardim.
São o abrir de janelas fechadas,
de portas há tanto tempo encerradas,
que avistam novos horizontes para mim.

As tuas palavras, meu bem,
pelas quais eu tanto me apaixonei,
Nesse inverso processo de te conhecer.
São como pura e terna magia,
dum sol que faz despontar o dia,
e na calma dum abraço o deixa anoitecer.

As tuas palavras, minha amada,
são como o principio de uma estrada,
que me acompanham e me guiam ao paraíso.
São riachos de água tão pura,
que me molham de paz e de ternura,
no leito traçado pela beleza do teu sorriso.

As tuas palavras, minha querida,
são como unguento numa ferida,
Que cicatrizam e saram a minha forte dor.
São como batimentos vitais,
quando num coma profundo, não há mais,
do que nas veias correndo um puro amor.

As tuas palavras, meu desejo,
São como a suavidade de um beijo,
em lábios beijando-se pela primeira vez.
São ternos toques que a preceito
vão enchendo de loucura o meu peito,
sempre ansioso por algo mais que me dês.

As tuas palavras, sonho meu,
são a melhor frase que me aconteceu,
na poesia que em mim não para de brotar.
São agora, toda a razão da minha vida,
por isso eu quero tanto, minha querida,
ter a vida inteira, ao teu lado, para te escutar.

domingo, 22 de novembro de 2015

SAUDADE ABSOLUTA

Ai, tão grandes que são
as saudades que sinto de ti.
E acredita, nem são do teu corpo,
porque esse, se não o ganhei, não o perdi.
Sinto a falta de te ouvir,
a melodia suave da tua voz.
Faltam-me as tuas palavras,
misturadas com palavras minhas,
no melhor que existe em nós.
Falta-me o riso, que me é tão preciso,
para iluminar o meu dia,
e como pura magia,
me transforma noutro ser.
Esta saudade não é física,
não é um estado de não presença.
É um não sei quê tão esquisito,
que me faz ficar aflito,
nessa espécie de indiferença.
Um vazio que se apodera,
que me rouba ao que não chego...
Uma figura austera,
que me diz que é quimera,
o que eu quero ser aconchego.
Falta-me o sonho, que nem sabes,
que tão só falando me dás.
Falta-me motivo, ser emotivo,
falta-me paz.
É que tudo em mim se preenche,
sentindo-te em permanência.
Mas até as minhas ideias,
e o sangue das minhas veias,
congela na tua ausência.
Nem sequer é o toque, com carinho,
nem a doçura do teu olhar....
É este sentir-me tão sozinho,
sem te ter, p'ra te contar.
Para te falar do banal, do trivial,
do decorrer do meu dia...
Para te falar dum momento, dum tormento
duma dor, duma agonia.
Para falar e ficar sentindo,
que alguém escuta o que eu digo....
Alguém que me sabe ouvir,
e que consegue sentir,
as palavras de um amigo.
Falta-me o teu tempo,
mesmo a pedaços, dedicado a mim.
Pois são abraços, que sem braços,
são perfume de jasmim.
Sem ti, falta-me tudo...
Embora não me queiras assim.
Mas faltas-me, em plenitude,
tão graciosa virtude,
de me fazeres feliz.
Que me importa o que o mundo diz?
Falarão de qualquer maneira....
Eu sinto orgulho em dizer
que és metade do meu ser,
que és a minha fronteira,
ou inequívoca barreira,
entre a morte calada e o meu viver.
És tu, só tu, que me faltas,
para que eu possa acreditar...
Que tudo vale a pena,
que tudo é bonito,
que devo lutar.
Faltas-me, faltas-me tu.
Simplesmente tu.
Falta-me a voz que já não se escuta...
Por isso não te minto,
Se te disser que eu sinto,
uma saudade absoluta.

LÁGRIMAS DE UM HOMEM SOFRIDO

Sim, estou chorando,
mas ninguém me vê chorar.
Pois é por dentro que eu choro.
Algo me vai matando,
e não consigo mais evitar,
o homem que finjo que ignoro.

Perceber, à minha volta,
Uma contínua indiferença
pelo que eu possa sentir.
Cria em mim uma revolta,
que faz a minha presença,
querer deixar de existir.

Choro assim, calado,
por não saber soltar o grito,
que se me prendeu na garganta.
Canto assim, meu fado,
poema de angústias aflito,
que já sequer ninguém canta.

Serei tapete de entrada,
onde todos vão pisando,
e onde esfregam os seus pés.
Eu sou gente, não sou nada,
respeitem quem vai suportando,
Todos os vossos pontapés.

Choro sim, é verdade
porque um homem também chora,
e não é vergonha homem chorar.
Vergonha, na realidade,
é aqueles que indo embora
magoam quem tem de ficar.

Choro, talvez purgando,
porque a dor não se controla,
e o meu corpo já está vencido.
Se eu me vou chorando,
Que sejam lágrimas, não esmola,
Lágrimas de um homem sofrido.






NADA A PERDER

Não se pode perder mais nada
quando já tudo se perdeu...
Numa auto estima mutilada,
que a custo sobreviveu.

Mesmo sem nada, na verdade,
Pouco mais há para tirar.
Resta sempre a dignidade,
que ninguém pode roubar.

Um pensamento escondido,
a sete chaves guardado.
Que num corpo tão ferido,
jamais será roubado.

Damos tudo o que sentimos
sem mais nada querer ter.
Mesmo assim ainda ouvimos,
que nada temos a perder.

Só posso perder o que sinto,
o amor, a fé, a motivação.
Se perder isso, então não minto,
já não terei salvação.

Porque o pouco que tenho agora,
é a corda onde me agarro.
Tudo o resto, vai-se embora,
como o queimar dum cigarro.

Se nada, é esperança no amor,
que me motiva a viver.
Ah, então já nem é dor,
Só tenho nada a perder.

IRÓNICA CATARSE

Oh profeta tirano,
que me rasgas o ser, me fazes pensar....
Que trazes a mim o poeta, que delira,
e me fazes ver a mentira,
do que eu homem, quero sonhar.
Porque me trazes a razão,
quando quero viver em utopia?
Porque me tiras da mão,
essa réstia de alegria?
Porque não posso eu
dar-me ao luxo de pouco querer?
De alimentar minha alma,
com o amor que me acalma,
que me motiva a viver?
Porque me obrigas sempre,
a questionar o meu sentir?
E em cada sentimento,
ter de encontrar um momento,
para parar a reflectir....?
Só me queria deixar ser,
Só me queria em ilusão....
Será que não posso ter
uma breve vontade de viver,
um tempo de sublimação?
Trazes-me sempre a catarse,
demónios de infelicidades.
Como se fosse pecado amar-se
na mais pura das verdades.
E quanto menos eu peço,
para ser um pouco feliz....
Dizes-me que menos mereço,
nesse gesto de desprezo,
mas que mal é que eu te fiz?
Já nem sequer posso amar???
Mesmo sem nada pedir???
Só servirei para dar,
sem nada poder sentir???
E o que peço é tão pouco...
mas tanto seria para mim....
Mas logo me chamas de louco,
me derrubas com um soco,
e ao meu sonho tu pões fim.
E agora? O que me resta?
O que desta vida eu faço?
Farei uma irónica festa,
no vazio do meu abraço?
Para não magoar quem amo,
magoo de novo o meu ser...
deixando partir o que clamo
tudo aquilo que eu chamo
de mais nobre no meu viver.
Volto à vida sem sentido,
caminho, por caminhar...
Porque andarei perdido,
e o meu corpo vencido,
já não vai querer sonhar.
Profeta juiz, eu aceito,
nobremente o meu castigo.
Mas também sinto o direito,
de encontrar outro jeito,
de coabitar contigo.
Quero viver sem catarses,
que me roubam o melhor...
Neste tempo que já vivi,
se uma coisa já aprendi,
é a viver sem amor.

sábado, 21 de novembro de 2015

UMA PROMESSA DE AMOR

Não, eu não te prometo,
nem o sol, nem a lua,
nem nada que não possa dar.
Prometo saciar teus desejos,
prometo-te abraços e beijos,
em mil noites de luar.

Não, eu não te prometo,
nem aneis, nem papeis,
nenhum contrato assinado.
Prometo-te ficar contigo,
ser o teu melhor amigo,
e ficar sempre ao teu lado.

Não, eu não te prometo,
Nem ouro, nem quimeras,
nem aquilo que eu não tenho.
Prometo dar-te alegria,
Prometo levar-te na magia
de um amor sem tamanho.

Não, eu não te prometo,
Conseguir parar a chuva,
evitar tempestades e trovões.
Prometo sempre abraçar-te,
amar-te e apoiar-te
em todas as situações.

Não, eu não prometo,
que a vida seja fácil,
que não possa existir dor.
Prometo-te sim, certamente,
renovar constantemente
minha promessa de amor.


PARTIREI...

Levei a vida inteira de malas feitas na mão,
como nómada errante vagueei de lugar em lugar.
Ficava apenas o tempo em que durava a ilusão,
de que alguém me queria o suficiente para eu ficar.

Nessa busca constante e a fugir do passado,
Longo foi o caminho, dura foi a minha viagem.
E de tanto amar e nunca me sentir amado,
reencontrei-me sempre na minha mais pura coragem.

Como um condenado que cumpre ciente sua pena,
aceitei meu destino, sem sequer me queixar.
Como um actor esperava, paciente nova cena,
e voltava sempre ao palco para de novo actuar.

Mas a vida tão dura, que a mim me foi tão cruel,
quase não me dava tempo, para de novo me erguer.
Quando ainda na boca me sabia amargo a fel,
e já vinha outra dor, outro novo sofrer.

Só a fé me erguia para de novo eu caminhar,
apesar do meu cansaço e da tortura na alma.
Precisava de um ombro onde me encostasse a chorar
onde a dor repousasse, quando o corpo se acalma.

Foi o amor que me deu a força e a esperança,
pensando eu que da vida, algo melhor eu mereço.
Carregando na mala o meu sonho de criança,
por pedaços do sonho, paguei caro seu preço.

E hoje parto novamente sem saber onde vou,
sem saber quanto tempo, nem onde pernoitar.
Levo comigo apenas, ao amor que me dou,
empurrões pelas costas que me fazem andar.

E olhando para trás, tudo o que amei e perdi,
são a força da dor com que me encontro e me sei.
Porque a bem ou a mal, eu sempre me ergui,
e de malas na mão de novo eu partirei.



NO TEU SILÊNCIO

No teu silêncio te guardaste,
para ouvir o meu falar.
E em silêncio escondida,
eu percebi-te despida,
apenas no respirar.

No teu silêncio te escondeste
p'ra não dizeres que sim.
E em silêncio, no medo,
te calaste no teu segredo
tentando fugir de mim.

No teu silêncio te ouvi,
e fui lendo o teu pensar.
E em silêncio, eu ouvia,
o meu corpo que dizia,
que te queria abraçar.

No teu silêncio sentiste
teu mundo a ser rasgado.
E em silêncio, meu amor,
queria consolar tua dor,
estar apenas a teu lado.

No teu silêncio me disseste
o que não querias dizer.
E em silêncio, percebi
que afinal tudo o que vi,
tu não querias deixar-me ver.

No teu silêncio ficaste
como que a cumprir castigo.
E em silêncio, tentei dizer
que apenas tens de me ver
como o teu melhor amigo.

No teu silêncio, uma lágrima
que eu não pude enxugar.
E em silêncio, me condenei
ao saber que te magoei,
não te queria fazer chorar.

No teu silêncio, as palavras
já não conseguiam sair.
E em silêncio, eu sentia
a mulher que se escondia
mas eu queria fazer surgir.

No teu silêncio, meu bem
eu acabei ficando triste.
E em silêncio, eu me calei
mas com a certeza eu fiquei
que o amor sublime existe.

TEMPO DE NÃO AMAR

Há sempre um tempo, há um momento,
em que é preciso parar.
Porque o coração cansado,
de amar e não ser amado,
necessita descansar.


Há sempre um tempo, há um momento,
em que se deve reflectir.
Abandonar toda a bagagem,
e então seguir viagem,
sem saber para onde ir.


Há sempre um tempo, há um momento,
Para curar o corpo ferido.
Olhar todas as opções,
porque existem emoções
que deixaram de ter sentido.


Há sempre um tempo, há um momento
Em que a dor não perdoa.
E se a algo de agarras,
É melhor soltar amarras,
mesmo que a alma te doa.


Há sempre um tempo, há um momento,
De escutar teu raciocínio.
Porque às vezes o coração,
segue apenas a emoção,
segue o sonho e o fascínio.


Há sempre um tempo, há um momento,
de partir e não ficar.
Decidir suportar a dor,
e para viver grande amor,
ter um tempo de não amar.

DESEJO QUE...... (poema a dois)

Eu, que me sinto teu,
Desejo que o sol chegue sempre assim sorrindo,
Desejo sentir para sempre o que estou sentindo,
Desejo que o homem que fizeste nascer em mim,
possa permanecer, e crescer, amando-te assim.

Eu, que em parte sou tua,
Desejo que não voltes a sentir-te novamente sozinho.
Desejo viver sentindo eternamente esse teu carinho.
Desejo que a mulher que só tu soubeste ver,
tenha a necessária coragem, para esta viagem, sem se esconder.

Eu, por ti apaixonado,
Desejo que este sentimento nobre assim perdure,
Desejo a tua presença enquanto a minha vida dure.
Desejo que o poeta a quem deste inspiração,
viva dentro de mim nesta gostosa alucinação.

Eu, que sinto tua falta
Desejo que esta metade de mim, a ti se possa dar.
Desejo o teu toque, os teus poemas, o teu falar.
Desejo as sensações que a tua presença me der,
porque me desejo completa, feliz, me desejo mulher.

Eu, tão louco por ti,
Desejo que continues sempre nos meus pensamentos,
Desejo que o tempo não me roube os teus momentos.
Desejo que tudo o resto que separa nossos corações,
sirva para fortalecer ainda mais tão lindas emoções.

Eu, tão confusa em mim,
Desejo que um dia ultrapasse todos os meus medos,
Desejo entregar-me toda e contar-te meus segredos.
Desejo acima de tudo que não saias de minha vida,
quero ter-te perto, num abraço certo, que me dá guarida.

Nós, tão presos os dois
Desejamos que apesar de tudo o mundo não nos separe.
Desejamos que este sentir original nunca mais pare.
Desejamos intensamente deixarmo-nos dar esse prazer,
de nos termos um ao outro, e simplesmente viver.

BOM DIA, MEU AMOR....

Deixa-me dar-te um suave beijo em teu rosto,
Deixa-me sentir-me o sol do teu despertar.
Olho-te sorrindo, estás dormindo, como gosto,
de te ver assim, só para mim, ao acordar.

Deixa-me acariciar teu lindo corpo despido,
Deixa-me com os dedos percorrer tua pele.
Algo me diz, que estás feliz, num amar renascido,
e eu fico louco, sabendo-me a pouco, meu doce mel.

Deixa-me vestir teu corpo sedutor de beijos,
Deixa-me embalar-te em caricias no teu dormir.
No meu abraço, adormeceste o cansaço, e os desejos
que saciamos a dois, momentos depois, voltam a vir.

Deixa-me dar-te uma rosa no café da manhã,
Deixa-me dizer que te amo no teu primeiro olhar.
Como se o dia, fosse pura magia, e o amanhã,
Fosse a vida eterna, nesta forma terna, de tanto amar.

Deixa-me parar o tempo estando a teu lado,
Deixa-me ficar sentindo o teu excitante calor.
Sinto que abraçar-te,  sinto que amar-te, é o meu fado
E nessa alegria, dizer-te bom dia, meu grande amor.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

BREVE AMAR ETERNAMENTE

O sol já fugia, terminava o dia,
num copo de vinho e num cigarro,
esperei o teu chegar.
Como é tão grande essa alegria,
de te ver sempre voltar.
Para te aliviar do cansaço,
envolvi-te num abraço,
e assim ficámos, em silêncio,
escutando o luar.
O teu corpo e o meu corpo,
num só corpo unido,
sussurrei-te então ao ouvido,
a dor da minha saudade,
Falei-te de amor,
da minha vontade,
da loucura do meu desejo....
E calei-me num longo beijo,
no calor da tua boca,
como se a vida inteira,
de repente fosse tão pouca,
para te dizer o que sinto,
este amor que por ti tenho,
que me enreda num labirinto,
num sentimento sem tamanho.
E da loucura do beijo,
que parecia não findar,
foi maior ainda o desejo,
e não soubemos parar.
O teu corpo se entregava,
no meu corpo acesa a chama,
o nosso amor se deitava
nos lençois de nossa cama.
Beijei-te então loucamente,
teu corpo inteiro percorri,
como que à procura de ti,
numa ânsia que impele,
tão suave a tua pele,
tão quente o teu suor,
E ao encher-te de carinho
ia dizendo-te baixinho,
mil palavras de amor.
E mais um beijo, mais um sorriso,
e o teu olhar que eu preciso,
para me sentir teu herói,
as tuas mãos me curavam,
duma dor que já não dói.
Num respirar ofegante,
sem nada conseguir dizer
tu amada, eu amante,
voámos a um mundo distante,
tão intenso de prazer.....
Na explosão dos sentidos,
nossos corpos extasiados,
libertaram-se em gemidos,
e depois, já cansados,
olhámo-nos sorrindo,
e em risos abraçados,
adorei ver o teu jeito,
o teu rosto, já colado,
deitado sobre o meu peito...
Deixei-me ficar assim,
como era lindo te ver...
tão calma, tão tranquila
tão feliz a adormecer.
Nessa pura felicidade,
de nós dois e mais ninguém,
Meu amor, minha verdade,
mais do que minha metade,
meu corpo sem ansiedade,
lá adormeceu também.
Passou a noite, nascia o dia,
já vinha o sol a chegar...
E o meu corpo acordava
sem o teu aconchegar....
Perguntei-me então por ti.....
Queria-te no meu despertar....
Foi então que eu percebi,
que a razão de não estares ali,
tinha a ver com o meu sonhar.....
mas tão lindo foi o meu sonho
que eu nem queria acreditar...
E sorri, na breve tristeza,
no aceitar da razão.
Para haver tanta beleza,
meu sonho tem de certeza
muito amor, muita paixão.
Quero dormir novamente...
Para continuar sonhando....
Porque o meu cérebro não mente...
e se é isto que ele sente,
quero amar-te eternamente
e num sonho, te vou amando.
 

NO PREÂMBULO DO MEU SEGREDO

Sei que quero, mas sem certeza
Resolver em mim esta contradição...
De querer dizer, o que não digo,
de querer partir, mas não consigo,
de ser real, nesta ilusão.

Como calo este meu medo?
Como posso eu me disfarçar?
Sou de mim, meio pedaço,
implorando por um abraço,
ao qual não me posso dar.

Controlo os meus sentidos,
deambulo no pensamento.
Lágrimas que já não choram,
em dores que já me ignoram,
rindo do meu tormento.

Escondo de mim o que eu sou,
Receio-me de o voltar a ser.
Num breve momento me entrego,
noutro seguinte eu me nego,
mas não me evito sofrer.

Como disfarço quem sou?
Como apaziguo esta dor?
Se eu só sei viver amando,
Para quê estar disfarçando,
que não preciso de amor?

Mas quanto mais eu me der,
 a esse amor que eu preciso...
Mais eu sentirei em mim,
que essa procura sem fim
não me dará um sorriso.

Não me exprimo nas palavras,
a imensidão do meu desejo.
São eternos sonhos adiados,
que só poderão ser saciados,
com a ternura de um beijo.

Já nem sequer eu me sinto,
por não me querer deixar sentir.
Vou tentando ser indiferente,
mas sou fraco, e de repente,
me retraio e me deixo ir.

Não quero de novo amar,
andar sonhando com medo.
Para não ficar mais ferido,
prefiro viver escondido,
no preâmbulo do meu segredo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

NAS ASAS DO MEU QUERER

Voei,
como um pássaro perdido,
magoado e ferido,
sem saber o seu rumo.
Voei,
passei vales e montes,
cruzei horizontes,
como telas de fumo.

Voei,
Naveguei mares sozinho,
tão longe do ninho,
que me viu nascer.
Voei,
e quantas vezes cansado,
só o céu estrelado,
me viu renascer.

Voei,
Conheci mundos e povos,
pelos caminhos novos,
que sempre percorri.
Voei,
e em cada voo que eu fiz,
arrisquei ser feliz,
mas sempre perdi.

Voei,
mesmo com asas molhadas,
de lágrimas cansadas,
de tanto voar.
Voei,
Apesar dos momentos,
em que os sofrimentos,
me quiseram parar.

Voei,
Tantas vezes à sorte,
renegando essa morte,
ou a derrota final.
Voei,
E num cinzento tristonho,
pintei cores de sonho,
na minha tela banal.

Voei,
E voando fui indo,
nesse sonho tão lindo,
de encontrar o prazer.
Voei,
Novamente vou embora,
parto de novo agora,
nas asas do meu querer.

A GUERREIRA

Ao despertar, vestes esse trajar, que te assenta tão bem.
E sais confiante, para a batalha errante, de mais um dia.
Desbravas caminhos, rasgas pergaminhos, na certeza porém,
que na luta da vida, sendo destemida, ninguém te vencia.

E puxas da espada, segues pela estrada, ninguém te intimida.
E em cada momento, há sempre um argumento, pronto a dizer.
Em cada norma, encontras a forma, de lutar pela vida,
mas vais esquecendo, que enquanto vivendo, te deixas morrer.

Mulher decidida, mulher construída, na sua armadura.
Tentando parecer, que não tens sofrer, que ninguém te magoa.
Mulher guerreira, que á sua maneira, se mostra tão dura
mulher que vence, mas não convence, que nada lhe doa.

E ao fim da jornada, embainhas a espada, batalha vencida.
No caminho singelo, retomas ao castelo, para pernoitar.
No quarto calado, o silêncio ao lado, de tudo despida
mulher guerreira, és a prisioneira, do teu desvendar.

A lágrima escondida, de dores sofrida, que a vida te deu.
Os receios e medos, e tantos segredos, tudo bem guardado.
Mulher carente, que quer ser gente, mas que se escondeu,
das coisas do amor, para não sentir a dor, que sentiu no passado.

E na noite calada, calma e deitada, adormece a pensar
Nessa ambiguidade, nem sabe na verdade, afinal o que quer
Porque a mulher guerreira, não sendo verdadeira, tem de lutar
mas não sabe esquecer, que apenas quer ser, uma simples mulher.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A DISTÂNCIA .....

Estavas longe, eu queria-te perto
queria-te bem juntinha a mim.....
Queria ver o teu olhar,
queria sentir e tocar,
e ficar para sempre assim.

Estavas longe, eu sentia-te perto
como se falasses ao meu ouvido...
E como era bom ouvir,
e deixar de me sentir
um homem errante e perdido.

Estavas longe, desejei-te perto
Com as forças do meu querer...
E deixei-me então levar,
sem sequer me controlar
nessa ânsia de prazer.

Estavas longe, fui para perto
Queria-te de qualquer maneira....
Porque ter apenas metade,
me dava tanta saudade,
loucura de te querer inteira...

Estavas longe, tive-te perto
e foi mais do que imaginei...
Pois tudo o que eu preciso
encontrei no teu sorriso,
no momento que te abracei.

Estavas longe, ficámos perto
e eu deixei-me então sonhar....
Era tudo tão bonito
que parecia infinito
o prazer de contigo estar....

Estavas longe, e ali tão perto
dissipou-se a minha ânsia...
Porque ao ter-te desse jeito
tão colada no meu peito
eu percebi a distância.

Estamos longe, estamos perto
o que é que virá depois?
Se te quero, e não tenho,
é enorme o tamanho
da distância entre nós dois.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

AS PALAVRAS .....

As palavras já não dizem, meu amor
tudo o que eu preciso de te dizer.....
É que eu quero contar-te o que me vai no peito...
Quero falar-te e não encontro jeito,
de te explicar o que estou a viver.

As palavras, já são poucas, meu amor
Para tanto que estou a sentir....
É que eu tenho vontade de gritar ao mundo,
que este sentimento é tão profundo,
que nada o conseguirá exprimir.

As palavras, já não chegam, meu amor
para contar o que me vai na alma.....
É que os meus sonhos mais escondidos,
dominaram todos os meus sentidos,
e só a tua presença me acalma.

As palavras, parecem vazias, meu amor
deixaram de por mim, saber falar....
É que eu nem sequer sei se consigo,
nos momentos em que estou contigo,
dizer-te tudo com o meu olhar.

As palavras, são agora silêncio, meu amor
e eu pergunto-me, como te direi....
É que eu não posso mais ficar calado,
quando te abraço ou te tenho ao meu lado
diz-me amor, como farei?

As palavras, já não escrevem, meu amor
os poemas que me dão tanta paz......
É que eu quero dizer-te em poesia,
como é tão grande a minha alegria
de te ter, e não sou capaz.

As palavras, são um vazio, meu amor
são como um caminho sem fim.....
É que elas já nem sequer te explicam,
como é que os meus sentidos ficam
quando chegas perto de mim.

As palavras, não importam, meu amor
pois sei que elas nunca te dirão....
É que palavras, não chegam para dizer,
o que me fazes sentir e viver,
o que me vai no coração.