Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Roseira do meu Jardim . . .

Uma linda roseira plantei,
bem no meio do meu jardim!
E como sempre a reguei,
do tanto carinho que lhe lhei,
ela deu-me uma rosa a mim.


Esse botão de rosa a florir,
foi razão do meu viver!
Fez-me chorar, e sorrir,
ver essa rosa a abrir,
foi o melhor que pude ver.


Depois veio a tempestade,
e meu jardim se estragou.
E se não ficou saudade,
digo com toda a verdade,
que só minha rosa se salvou.


Num acesso de paixão,
o meu jardim replantei.
Dei por mim, com emoção,
a cuidar de um novo botão,
da roseira que cuidei.


E foi tão maravilhoso,
ver essa rosa desabrochar...
Fiquei do mais orgulhoso,
e ainda mais vaidoso,
com duas rosas para amar.


Estava o jardim mal cuidado,
A roseira a padecer....
Quando reparei espantado,
num botãozinho encarnado,
mesmo prestes a nascer.


Salvei essa nova rosa,
Mas voltou a morrer meu jardim.
E dessa dor horrorosa,
veio a primavera maravilhosa,
e tinha as três rosas para mim.


Como é de vez, à terceira,
nos ditados que o povo diz...
Voltei a podar a roseira,
jardinei de tal maneira,
que no meu jardim fui feliz.


Da primeira rosa nascida,
um espinho então me picou.
Mas nem por isso essa ferida,
a faz ser menos querida,
Por quem sempre tanto a amou.


Como prémio de jardinagem,
recebi então um presente.
Descobri entre a folhagem,
o fruto da minha coragem,
rosinha botão de gente.


Agora fico encantado,
vendo essa rosinha crescer.
Cuido dela noite e dia,
Esperando a alegria,
da hora em que ela nascer.


Pelas quatro rosas nascidas.
Minha roseira, te agradeço.
São de mim as minhas vidas,
as minhas flores mais queridas,
do jardim que eu nem mereço.


Digam então bem ou mal,
Do jardineiro que eu sou.
Porque falar é fácil afinal,
De quem não teve um roseiral,
nem nunca rosas criou.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

.... mais uma hora...

O tempo, não espera por mim!
E eu, também não posso esperar!
É que o tempo corre, mas não tem fim,
mas o meu tempo, vai-se esgotar!

Vou atrasar o relógio desta vida,
Nem que seja por uma só hora.
Para adiar a despedida,
do que quero viver agora!

E nessa hora por mim roubada,
ao tempo que a vida me deu,
Serei o sol da madrugada,
do dia que nunca anoiteceu.

Serei o céu, serei o mar,
serei meu eterno desejo!
Mas uma só hora para amar,
é tão pouco para um beijo.

Oh, vida! Sei que devo partir!
Mas na verdade não sei negar...
Que não sei viver a fingir,
nem fingir que posso ficar.

Sou eterna ambiguidade,
Vivendo, sorrindo com dor!
Procurando na saudade,
uma vida só de amor!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O outro lado do amor

Quem se apaixona, não pode prever
as encruzilhadas de um amor.
E ama feliz, sem querer saber,
se algum dia irá sofrer,
mas amar também é dor.

Vive-se com tal intensidade,
a loucura dessa ilusão,
Que se esquece, nessa ansiedade,
que o amor de verdade,
é muito mais que paixão.

Passa o tempo nessa ansia,
sem valorizar o momento.
E o não se dar importância,
traz cada vez mais distância,
e mais afastamento.


E se se pensa que os filhos,
fortalecem uma união.
Eles são apenas atilhos,
motivos de mais sarilhos,
que prendem a separação.


Porque ao chegar uma criança,
passamos logo a segundo.
E embora traga esperança,
traz também tanta mudança,
ela passa a ser o mundo.

Vem a falta de paciência,
O cansaço que vem depois...
A rotina, a abstinência,
E do amor vem a carência,
por não haver tempos a dois.

E o que era amor verdadeiro,
começa a ser uma prisão.
É o trabalho, é o dinheiro,
e estar com o companheiro,
passa a ser obrigação.

Vem o desejo da aventura,
Procura-se novo porto de abrigo.
Pensando-se fugir da tortura,
entra-se em nova loucura,
maior será o castigo.

E assim tão facilmente,
Se esquece o prometido.
O que era eternamente,
passa a ser de repente,
algo para ser esquecido.

É que amar é uma ciência!
Que deve crescer como a flor!
Se não fôr regada com paciência,
Se não fôr tratada com coerência,
virá "O outro lado do amor".


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O teu perfume...

Tão suave, tão gentil,
esse teu beijo em meu rosto,
assim como carícia,
delícia, que eu gosto,
no meu corpo gelado,
os teus lábios em lume,
e fico enlouquecido,
nesse teu perfume,
que me entontece,
que me prende à tua pele,
onde me apetece,
ser abelha no teu mel,
e ficar assim,
nesse doce cansaço,
no repouso do teu abraço,
que se afaga em mim,
sem hora, sem destino,
sentir-me homem, menino,
nesse terno calor,
onde me aconchego,
à procura de amor,
à procura de ti,
para me sentir mais calmo,
eufórico amante,
que por um breve instante,
se deixa petrificar,
quando o teu corpo macio,
se quer afastar,
e deixar-me ao frio,
na noite vazia,
e até nascer o dia,
procuro por ti,
procuro o teu sorriso,
pois apenas preciso,
acalmar este ciúme,
E voltar a ter teu beijo...
Saciar o meu desejo...
sentir de novo o teu perfume.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Desencanto!



Ah!.... Esta chaga que me arde no peito,
que me trespassa a carne e me incendeia a alma...
e que nem a chuva, escorrendo, a preceito,
não tem jeito, não acalma...
não dá tréguas, nem um só dia...
e a vida, desajeitada agonia
que se desperdiça em mim,
Que me rouba todo o desejo,
que me morre num beijo...
Já não sou ousadia, já não sou amante!
Poeta louco, transtornado, delirante,
dos poemas que a vida me fez!
E o que antes era altivez,
é agora meu caminho errante.
Abro os braços e só encontro vazio,
e abraço o céu, cinzento, frio,
como se em mim se deitasse,
e sabendo-me de malas feitas,
o infinito me esperasse...
Já não sinto o sangue correr nas veias....
Já não sinto quase força para me reerguer...
Sou como um lobo de morte ferido,
que uiva pela noite dentro sem sentido,
pressentindo que vai morrer!
Já não tenho onde guardar mais dores....
Já não sei amar mais amores....
Já não sei, amar mais do que amei,
não posso dar mais do que dei,
sem pedir nada para mim...
Resta-me o orgulho de não ter medo do fim!
Que me perdoem os que magoei!
Porque eu já perdoei ao mundo,
por tudo o que sofri!
Como um cisne, meu último canto,
minha lágrima, meu sorriso, meu desencanto,
Já nada faço aqui!
Parto com meus eternos principios,
meus conceitos, meus valores!
Não vou triste, vou satisfeito,
levo no meu peito os meus amores!
E, se alguém, um dia,
Porventura se lembrar de mim,
Que escrevam em meu epitáfio,
"Homem, poeta, amante, do mundo diferente,
que não se encontrando em si como gente,
preferiu ser coerente até ao fim!"
Não espero de ninguém,
nem lágrimas, nem pranto,
seria cinismo a mais!
Prefiro que honrem a voz do meu canto,
Que respeitem o meu desencanto,
nos meus momentos finais!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Amigos... (Coloridos)????

Sabias tu por acaso,
que a amizade tem várias cores?
Deixa-me então que te diga,
que tenho uma certa amiga,
que anda a pintar seus amores!

Ai sem dúvida que é mais fácil,
colorir uma amizade,
Do que dizer ao coração,
para aceitar uma relação,
sem ser amor de verdade!

Vai-se tirando umas lascas....
Dizendo doutra maneira!
Assim, nem se namora,
porque a moda agora,
é amar de brincadeira!

Tem ainda outra vantagem....
Sempre parece menos mal!
Pode-se até ir para a cama,
porque assim ninguém nos chama,
outros nomes afinal....

São os tempos que estão mudados!
Agora são outros valores!
Procura-se viver momentos,
que se lixe os sentimentos,
e essas coisas de amores.

Procuramos sempre desculpa....
Mesmo sem ter razão....
Se não fossem coloridos,
esses casos escondidos,
que diriamos ao coração?

Assim, é mais fácil aceitar,
o fim, uma rejeição.
Vive-se sempre um sorriso,
livres de compromisso,
e de qualquer relação.

Mas no fundo, creio eu,
que se andam a enganar!
Fingem estar a colorir,
o que não aceitam sentir,
por ter medo de amar!

Chamem-lhe então o seu nome!
Entregas por atracção!
E deixem-se dessas pinturas,
que não passam de loucuras,
para iludir a razão!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Inquietação...

Não consigo,
controlar meu corpo,
talvez inquieto,
sedento do desejo...
Dos pensamentos loucos,
em que te beijo,
em que te abraço,
em que te vejo,
como sendo o meu espaço,
num murmúrio calado,
duma voz ofegante,
dum corpo suado,
de ser tão amante.
Quero-te minha,
horas, sem conta,
e o sol desponta,
no teu madrugar,
quero acordar,
no teu peito macio,
tapar-te o frio,
com meu corpo ardente,
de paixão quente,
fazer-te sentir
o amor que não vês,
e amar-te outra vez,
pelo dia inteiro,
De Dezembro a Janeiro,
entregar-me a ti,
Saciar a loucura,
Beber a ternura,
Descobrir-te por dentro,
explorar-te por fora,
Ser teu Homem,
Aqui, ali, sempre, agora,
E olhar-te sorrindo,
dando-te a mão,
perguntar-te a razão
de estar sentindo
esta inquietação.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

nuances dum sorriso

Existem dias,
em que o sol me traz um sorriso...
Existem sorrisos,
que trazem sol aos meus dias...
e sorrir,
é tantas vezes necessário, e preciso...
Porque o sol,
nem sempre é sinónimo de alegrias...

Um suave sorriso,
pode acalmar a mais forte mágoa...
Um sorriso aberto,
pode fechar-nos o coração...
Um distante sorriso,
pode ver-se reflectido na água...
Um sorriso de perto,
pode bem ser decepção...

Amantes, sorrindo,
podem sentir o êxtase da paixão...
Sorrindo, pedintes,
encontram um puro alento...
Porque um sorriso,
não tem hora, lugar, condição...
Um sorriso apenas tem,
a pureza do sentimento...

Sorri, porque sorrindo,
é bem mais fácil chorar...
Sorrindo, o teu sorriso,
será o teu protector...
Sorri, mas não fingindo,
ele não sabe disfarçar...
ele é filho do puro riso,
antagonia da dor.

Nas nuances do sorriso,
em que me pus a pensar...
Ai, lembrei-me como preciso,
o teu sorriso encontrar!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dá-me tempo!

Por favor, dá-me tempo!
Porque o tempo contigo,
passa bem mais devagar,
e as horas nocturnas
parecem até nem passar,
são como doces quimeras,
com suave cheiro de jasmim,
são como mil Primaveras,
enfeitando um jardim,
E quando em ti me posso deitar
desaparecem de mim os medos
e posso contar pelos dedos,
os anos a passar!

Por favor, dá-me tempo!
Porque o tempo que eu perdi,
tentando te encontrar,
ganhei-o perto de ti,
só por te poder tocar,
Só por ver o teu sorriso,
esse encanto sem tamanho,
Mais tempo ainda preciso,
para sentir que te tenho.
Com tanto amor para dar,
Porque me sinto tão vazio,
sou como as águas de um rio,
que não encontram o mar!

Por favor, dá-me tempo!
Pega no relógio da vida,
e empurra os ponteiros para trás,
para que eu sare essa ferida,
que o próprio tempo me traz,
e por cada segundo que eu viva,
saciar contigo um desejo,
nessa boca que me motiva,
a morrer num eterno beijo,
Porque das mágoas que eu vivi,
Tenho o tempo que desprezo,
É o mesmo tempo que peço,
para ter mais para ti!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amigos!!!

Ah! Como sou um homem de sorte!
Tenho cada vez mais amigos!
Tantos, tantos, tantos amigos,
que falam sempre comigo,
e são todos os dias mais!
Amigos do peito!
Mas não encontro um jeito,
Se numa lágrima de triste cansaço,
eu precisar de um abraço,
os meus amigos virtuais,
estão sempre indisponíveis,
ocupados a fazer amizades,
numa qualquer rede social.
e de tantos, tantos amigos,
seria bom ter um que fosse real!




Por um beijo....

Por um beijo...
Por um simples beijo teu...
Eu pararia o relógio,
do tempo que me consome,
esqueceria a sede,
esqueceria a fome,
e saciava todo o meu desejo
nesse simples Beijo!
Por um beijo...
Por um simples beijo teu...
Meu sangue correria nas veias,
como cavalo a galope,
num turbilhão de ideias
que até o cérebro entope,
porque mesmo dormindo eu te vejo,
e quase que sinto esse beijo.

Por um beijo...
Por um simples beijo teu...
Não me sentiria perdido,
Sem saber o que fazer,
Já nem faria sentido
estar aqui a escrever,
Seria todo ouvidos
para tua boca a chamar-me
Seria cinco sentidos
para tua boca a beijar-me!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cansaço em mim...


Sinto-me cansado...
e o cansaço rouba-me o ser,
e o não ser tira-me vida,
e menos vida lembra-me morte,
e morte lembra tristeza,
ou triste falta de sorte.
Sinto-me vazio...
e o vazio tira-me alma,
e sem alma sou mendigo,
pobre corpo porto de abrigo,
sou quase como um deserto,
sou tão longe, sou tão perto,
sou de mim pálida imagem,
que sem espelho sou miragem...
Sinto-me só...
e a solidão traz o silêncio,
e o silêncio traz o segredo,
que murmura em meu ouvido,
uma paz que me dá medo,
de não lhe saber o sentido,
de não lhe encontrar o jeito,
de saber se no meu peito,
bate ainda velho, o coração,
como metrónomo decadente,
em ritmo decrescente,
procurando salvação.
Sinto-me... nem sei...
um pedaço do que fui
em efémero tempo de glória,
onde gritava vitória,
a cada etapa vencida,
mas do que era outrora,
sou simples sombra agora,
que clama por um pouco de vida.
Mas, se o ar que respiro,
se tornar demais para mim,
então aí eu prefiro
antecipar o meu fim,
e de cabeça bem erguida,
tombar de vida vencida,
porque a vida não me vence a mim!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desencontros . . .

Já me cansam as lágrimas de procurar e não te ver!
Já me cansam os olhos de te ver sem te encontrar!
Dói-me o corpo e a alma na solidão de tanto te querer,
Dói-me ainda mais por saber, que nunca te deveria amar.

Sem te ver não consigo controlar esta sede de desejos!
Se te vejo parece que o meu ser salta fora de mim!
E mesmo sabendo que nunca adormecerei nos teus beijos,
Prefiro sofrer, chorar por ver-te, mesmo assim.

Eu sei que não tens culpa, de não me amar como te amo!
E que culpa tenho eu desta loucura que sinto por ti?
Só a noite e a lua sabem quantas vezes por ti chamo,
no silêncio de meu quarto vazio no qual me prendi.

Quantas vezes eu corro na ânsia de te encontrar!
As loucuras que faço só para te ver um momento!
Sabendo de antemão que apenas estou a alimentar,
e a aumentar cada vez mais este sofrimento.

Mas se tu és tudo o que na vida mais desejei,
Custa saber que para ti pouco ou nada significo.
Se tempos houve que me quiseste e eu não fiquei,
Agora que já não me queres é que eu sempre fico.

Resta-me o consolo de poder para sempre amar-te!
Mesmo que este amor nunca venha a ser correspondido!
Podem proibir-me de ter-te, de ver-te, de beijar-te!
Mas amar como te amo jamais será proibido.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Reflexões de Algibeira 1 ( Gosto de ti! )


Gosto de ti! Tão simples, tão fácil de dizer. Duas palavras apenas que se conjugam para exprimir um sentimento ou uma sensação espontânea. Mas, na verdade parece que esta simples frase encerra muito mais dentro de si. Infelizmente, a deturpação ou a simples conotação defeituosa de palavras fazem com que por vezes não as utilizemos, ou que as evitemos para que não sejamos mal entendidos.
Eu, tenho procurado fugir da hipocrisia do silêncio que não nos deixa dizer o que sentimos, que nos cala o que de mais sincero existe em nós, numa tentativa de expurgar um outro ser em mim, de libertar um outro estado de ser.
Há alguns anos atrás, confrontei-me com uma das maiores dores da minha vida até ao momento, a de perder meu pai. Mas acrescido a essa enorme dor, a essa perda, que ainda hoje me fere e transtorna embora tenha aprendido a viver com ela, maior ainda a dor de não lhe ter dito mais vezes o quanto o amava, o quanto ele valia para mim, o grande amor que lhe tinha. Talvez por isso, cada vez mais comecei a dizer aos que amo, que os amo, assim, sem mais nem menos, sem ser preciso ocasiões ou momentos especiais para o dizer. Porque o tempo é curto, para sermos e dizermos tudo o que queremos, e eu, não quero partir sem que saibam que os amei!
O engraçado é que esse meu hábito, começou a invadir também os que amo, e muitas vezes, se calhar não tantas como eu queria, também já mo dizem a mim. E para ser sincero, é tão bom de ouvir! Por muito que saibamos que alguém nos ama, é sempre bom ouvi-lo dizer!
Assusta-me contudo, outro lado desta questão: a forma leviana como se usam as palavras inadequadamente! Eu explico. Se se diz "Gosto de ti!" a um amigo ou amiga, é porque se gosta dele ou dela! Experimentem dizê-lo! terão as reacções menos esperadas e engraçadas até! Eu sei o que digo, acreditem! Se eu, homem, disser a um amigo "Gosto de ti!" ele olha-me de lado certamente pensando se eu estarei mesmo certo da minha orientação sexual. Se disser a uma amiga, ela provavelmente pensará que eu estou a querer qualquer coisa mais e a planear algum esquema de sedução. Mas não, simplesmente gosto, dele ou dela, é por esse facto que lhes chamo amigos e não apenas meros conhecidos ok? Mas, se por um lado não se diz gosto de ti por medo ou vergonha, assisto hoje, a uma juventude que diz a palavra "amo-te" a todo e qualquer um! As amigas dizem que se amam, amam-se todos uns aos outros, como se amar fosse gostar, como se o amor não fosse um muito maior gostar de ti. Afinal o que se passa com as palavras, com os sentimentos, com as pessoas?
Será que a lingua portuguesa além do novo acordo ortorgráfico aceitou um novo acordo semântico? Será que as pessoas não entendem o significado das palavras? Mas porque é que têem vergonha de dizer "gosto de ti" quando o devem dizer, e dizem "amo-te" de uma forma ridicula e banalizada que apenas quer dizer simplesmente um "gosto de ti".
Bons tempos em que as palavras eram o que eram e diziam apenas e tão simplesmente o que queriam dizer. Eu, pela minha parte, continuarei nesta cruzada de desmistificar o sentido das coisas, e direi sempre que o sentir, "gosto de ti" a quem gosto, e reservarei o "amo-te", para aqueles que realmente ocupam um lugar especial na minha existência.
Sabem que mais? Gosto de vocês, só por terem perdido um pouquinho do vosso tempo para ler esta minha reflexão de algibeira.

Não me sei....


Hoje, não me sei dizer.
Hoje, não me sei sonhar.
Não me sei prazer, escrever, reinventar!

Hoje, não me sei chorar.
Hoje, não me sei de mim.
Não me sei gritar, calar, ir até ao fim.

Hoje, não me sei se sou.
Hoje, não me sei em nada.
Não me sei se dou, se estou, em que estrada?

Hoje, não me sei inteiro.
Hoje, não me sei metade.
Não me sei Janeiro, Inverno, fim de tarde.

Hoje, não me sei saber.
Hoje, não me sei que fiz.
Não me sei se rio, se canto, se infeliz.

Hoje, não me sei quem sou.
Hoje, precisava tanto de mim.
E não sabendo, aqui estou, assim.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Suave ou Genuína Sedução


Quando os teus olhos cruzam,
se perdem e reencontram,
secretamente em meu olhar....
e os meus gestos inquietos,
que não sabem ser discretos,
não conseguem disfarçar...
Sinto nas veias correr uma doce emoção,
e pergunto-me se será,
uma suave sedução...

Quando as tuas mãos me tocam,
fingindo que tocam sem querer,
num toque que teima em tocar....
Como abelha que toca o mel,
sinto adocicar a pele,
num sentir que parece rasgar...
E descompassadamente o coração,
pergunta-me se será,
uma suave sedução...

Quando a tua voz me fala,
nesse susurro murmurante,
nesse tom quase sem falar...
É como se os meus ouvidos,
fosse o único dos meus sentidos,
e eu existisse para te escutar...
eu ouvindo-te, petrificado na atenção,
fico pensando se será,
uma suave sedução...

Quando a tua boca sorri,
com esse sorriso maroto,
com que me fazes encantar...
Ai dá-me uma vontade tão louca,
de beijar a tua boca,
e nesse sorriso ficar...
e bebendo teus lábios com sofreguidão,
penso se será,
uma suave sedução...

Quando o teu corpo se mexe,
e remexe à minha frente,
como se estivesse a dançar...
Para ficar só a ver,
Faço um esforço de me conter,
e não ter de te agarrar...
porque eu deliro com essa visão,
e não sei se será,
uma suave sedução...

Quando fazes, quando andas,
quando ris, quando choras,
quando... quando... seja o que fôr....
Eu tenho de guardar em segredo,
este entusiástico medo,
de julgar que isto é amor...
Porque em ti tudo é provocação,
ou será apenas,
genuína sedução?

É que nesse jogo, brincando,
não medes sequer o perigo,
o mal que possas causar...
Ao seduzires com essa arte,
poderei ficar a amar-te,
sem saber se te posso amar...
E quem vou culpar depois,
na loucura da paixão?
Terei de culpar os dois?
Ou culpo só a sedução?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mania de escrever...


Mas que mania que eu tenho,


de não conseguir falar


As coisas que eu mais sinto,


aquelas em que não minto,


mas que teimo em calar.



Se do tanto que eu penso,


é tão pouco o que digo....


Felizmente esta mania,


que para soltar a agonia,


só escrevendo o consigo.



Se as palavras sendo ditas,


conseguem outro entender...


Eu prefiro mesmo assim,


voltar a soltar em mim,


esta mania de escrever.

Lua em quarto crescente


Quero na noite viajar em teu corpo deserto

percorrer meus lábios pela tua pele.

Percorrer os meus dedos nesse destino incerto,

e beber teu suor ofegante que me sabe a mel.


Quero desenhar na penumbra o contorno de teus seios,

como dunas de areia macia onde me quero deitar.

Em teu corpo despido inventar mil devaneios,

em que só é testemunha o eterno luar.


Quero cansar-te de prazer num longo beijo,

entre gemidos surdos das nossas bocas.

saciar calmamente este ardente desejo,

e descobrir-te mais ainda em caricias loucas.


Quero fundir-me em ti e esquecer-me de tudo,

e nessa imensa paixão ver o relógio parar.

E sentir que contigo poderia viver mudo,

porque nossos corpos se entendem sem sequer falar.


Quero perder-me em ti, meu amor proibido,

mas o mais desejado na essência do meu ser.

sentir-me feliz por ser no teu jogo vencido,

e encontrar-me por fim no teu longo prazer.


Quero beber em tuas curvas o melhor vinho tinto,

que escorre ciumento até ao teu umbigo.

e sem saber sequer explicar o que sinto,

querer apenas ficar eternamente contigo.


Quero que a lua, que nos ilumina e nos seduz,

me complete contigo a minha metade ausente.

Eu sou metade sombra, tu és metade luz,

seremos então juntos, lua em quarto crescente.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Lágrimas que queimam . . .


Lágrima,

filha eterna do sentimento,

que nasce no inesperado momento,

em que o ser é mais verdadeiro.

Lágrima,

onde desagua o pensamento,

que em alegria ou sofrimento,

vem sem avisar primeiro.


Lágrima,

água cristalina de doce sal,

sabendo bem, sabendo mal,

fruto inequivoco da emoção.

Lágrima,

Silenciosa como um sinal,

faz cair do pedestal

a máscara da ilusão.


Lágrima,

Que dum sorriso perfeito,

nasce nos olhos a preceito,

e escorre até à boca.

Lágrima,

da dor que doi no peito,

multiplica-se em choro a jeito,

de chamar à tristeza louca.


Lágrima,

Se apenas no olho ficasse,

talvez quem a chorasse,

conseguisse disfarçar.

Lágrima,

Quando escorres pela face,

É como se a pele se queimasse,

no rio do teu chorar.


Lágrima,

que vertes o que não é dito,

com um acesso interdito,

às insondáveis razões.

Lágrima,

Susurro do cérebro aflito,

silêncio que se torna grito,

do mistério dos corações.

domingo, 10 de abril de 2011

Despertar em.... mim!


Ontem, a noite adormeceu mais cedo. Talvez estivesse cansada ou tenha aproveitado o silêncio que se fazia sentir. Um silêncio tão puro que merecia ser vestido com o som de um piano tocando o Concerto de Colónia. Mas não! Era um silêncio purissimo! Nem as estrelas se ouviam.... e talvez por isso a noite deixou-se embalar num sono profundo.

Mas eu, eu não conseguia dormir! Vigilante e atento, mantinha-me desperto com receio da noite acordar! Ali estavamos: eu... e a noite! Cheguei até a cantar-lhe baixinho canções de embalar que outrora aprendi. Depois, deixei que o silêncio me invadisse também, e até por breves momentos os meus pensamentos se calaram. E nesse total silêncio, encontrei um pedaço de mim que há muito tempo se tinha ausentado, talvez por força das circunstâncias, da vida vivida à pressa, do tempo que tempo não tem, do relógio que não pára ou que só pára quando não deve parar. Talvez a rotina e o cansaço dos dias tão cheios de tudo e tão vazios de prazer, me tenham roubado esse pedaço que outrora me completava na tentativa utópica de encontrar a plenitude de um estado de alma tranquilo e coerente.


Para dizer a verdade, achei estranho esse regresso inesperado, de algo que por vezes me fazia sentir mais homem e outras vezes redesenhava os caminhos do meu destino, do meu querer inscontante. Contudo, deixei-me ficar. Deixei que essa outra parte de mim se explicasse e me dissesse o porquê de voltar, assim, no silêncio, com a noite a dormir.....


Estaria eu a sonhar? Não, porque o sonho não vem assim, nem me faz sentir este aperto no peito de quem não encontra jeito de se aceitar. Estaria eu delirando? Mas que doença me daria tal febre de delirio permitindo tamanha e tão pura lucidez?


Nada fiz, e deixei-me levar aceitando essa sensação estranha de algo que me rasgava a pele e me dilacerava a carne, mas que em simultâneo me tranquilizava e me dava espasmos de prazer indefinido.


... Não sei como.... devo ter adormecido! E eu que devia tomar conta da noite.... Acabei por adormecer na noite que tão profundamente estava dormindo.


Hoje, quando acordei, já a noite tinha acordado e se tinha vestido de dia radiante. E eu, apenas eu, era um todo em mim. Era mais do que tinha sido, sendo uma gota de água sentia-me um mar, como se os meus braços fossem asas e pudesse voar livremente pelo meu imaginário, sem medo de conceitos ou preconceitos estabelecidos por conveniências comportamentais e sociais, era eu. Eu! Tão EU!


Essa sensação de plenitude e de liberdade encheu-me o peito de vida e olhei o mundo com outro ver! Provavelmente percebi que não vale a pena viver em hipocrisia, que não vale a pena esconder metade do que sou porque eu só sou se fôr inteiro, com toda a verdade do meu ser, dos meus erros, dos meus defeitos, das minhas virtudes, com as minhas lágrimas e os meus risos, com o meu passado e o meu presente riscando um futuro incerto, com as minhas opiniões e os meus pensamentos, quer sejam aceites ou não, mas que afinal demarcam e distinguem-me de todos os outros, por ser simplesmente.... EU!

sábado, 9 de abril de 2011

Breve constatação


De nada servem minhas mãos,

se eu não te puder agarrar.

De nada servem meus dedos,

se não forem para te tocar.

De nada servem meus olhos,

se eu não te puder ver.

De nada serve minha boca,

se nada te puder dizer.

De nada servem meus braços,

se não forem para te abraçar.

De nada servem meus lábios,

se eu não te puder beijar.

De nada servem minhas pernas,

senão para correr para ti.

De nada servem meus ouvidos,

se não ouvirem palavras ditas por ti.

De nada serve o meu corpo,

se não estiver fundido no teu.

Então se não estiveres comigo,

afinal para que sirvo eu?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Olhar da Ausência...


Olhei, e não te vi em mim!

Não te vi no meu espaço, no meu horizonte.

Não te vi em meus braços, não te vi em meu peito.

Simplesmente, não te vi!

E se olho e não te vejo,

mais me inquieta esse desejo,

de querer ver-te, de dar-te um beijo...

Mas olhei, e não te vi....

E o meu olhar turvo de lágrimas,

de incansável saudade e procura,

já não vê os teus gestos de ternura,

já não vê o teu riso e doçura...

já não vê a tua insaciável loucura...

E de estar tanto sem te ver,

quase que meu olhar prefere morrer!

Olhei, e não te vi....

E nem nos meus sonhos te encontrei...

E os meus olhos, sem a luz do teu olhar,

perdem-se em caminhos noctívagos ao luar.

Porque sem ti sou como um cego errante,

Sem te ver, sou apenas um lugar vazio!

Sem te ter, sou apenas um corpo frio!

Sou do amor um efémero amante.

Mas no dia em que te puder ver,

quando o meu olhar se encontrar no teu,

Retomarei então a minha existência,

e talvez perceba que é apenas por amar-te tanto,

o olhar da ausência.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Palavras poema, Saudades canção

Ah, meu amigo! agora já não te vejo!

Mas senti vontade de ainda te dizer,

que as despedidas aumentam o desejo,

que a alma vive, depois do corpo morrer.


Porque quando alguém se ausenta de nós,

e deixa ali por preencher o seu espaço

Dentro da cabeça ecoa ainda a sua voz,

e no corpo sente-se ainda o seu abraço.


Porque só se morre verdadeiramente,

para quem na vida, nada por nós sentiu.

Mas continuaremos a estar presente,

Para quem nos amou mesmo se não nos viu.


Por isso te agradeço ainda a tua amizade!

Tua mão estendida, teu gesto de amigo!

Tuas palavras sábias, tua verdade,

toda a paciência que tiveste comigo.


Lembro com saudade o teu sorriso!

Recordo a tua sempre boa disposição!

Como se para viver fosse apenas preciso,

Um palco, um microfone, uma canção.


A alma e o charme que punhas na voz!

O sentir cada palavra poema que cantavas!

Entoarão para sempre entre nós,

entre todos aqueles aos quais te davas.


Não choro por ti, perdoa-me, prefiro sorrir!

E dizer-te aqui escrevendo, obrigado amigo!

Cantarei por ti, mesmo que não possas ouvir!

Senhoras e senhores, o grande Al Rodrigo!


Dedicado ao meu grande amigo

e companheiro de canções

que já não está presente ,

que me incentivou na arte

de cantar desde a primeira hora !

Com ele aprendi

os primeiros passos desta profissão

observando a sua mestria

e o seu savoir faire.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Eternamente


Se fôr eterno o ardente desejo de viver e de sonhar...
Se fôr eterna a calma aceitação da morte...
Eternamente poderei chorar, a minha triste sorte.

Se fôr eterno o sabor que fica nos lábios sabendo a beijo...
Se fôr eterna a sensação de meu corpo nu abraçado...
Eternamente cantarei meu desejo, ainda que cansado.

Se fôr eterno o sangue gélido que me seca nas veias...
Se fôr eterna a razão de um dia não poder mais ser...
Eternamente defenderei estas ideias, sem as compreender.

Se fôr eterno o aconchego do teu corpo suado em mim...
Se fôr eterna a sede de em ti me querer pernoitar...
Eternamente adiarei deste amor o fim, para sempre te amar.

Se fôr eterno o receio de me perder algures na escuridão...
Se fôr eterna a luz do teu olhar no meu caminho...
Eternamente saberei de antemão, que não estou sózinho.

Se fôr eterno esse sorriso que não me deixa chorar...
Se fôr eterna essa lágrima que tantas vezes esconde meu riso.
Eternamente rirei sem parar, chorando se fôr preciso.

Se fôr eterno este sentimento de não querer perder o que sou...
Se fôr eterna esta vontade de ficar a viver em mim...
Eternamente negarei a quem chamou, à morte o fim.

Se fôr eterno este anseio de delirar em forma de poesia...
Se fôr eterna a palavra que me descreve em puro acaso...
Eternamente me excitarei nesta orgia, de escrever sem espaço.

Se fôr eterno o epitáfio escrito por quem não me conheceu...
Se fôr eterna a mentira de quem me conhece mas não me sente...
Eternamente seja então o mundo de orfeu, que minha alma não será gente.

terça-feira, 15 de março de 2011

As palavras que não escrevi....


Deixei passar o tempo,
correram noites, correram dias e quase me esqueci,
de usar as palavras para te contar o que fiz,
para te dizer o que ainda faço aqui.
para te dizer o que sinto ou até o que não senti.
Para te contar histórias de amor,
para te falar de momentos de dor. . .
mas se nada te disse, nada te contei,
onde andava eu perdido?
O papel ficou em branco, a caneta já não escreveu,
as palavras calaram-se, o poema não apareceu,
e o vazio, só podia ser eu!
Que caminhos me levou a vida?
Que tormentas? que paixões?
Que sonhos me deram guarida,
que poeta de ilusões?
Deixei vaguear minha mente,
e por aí me fui perdendo!
Pela vida fui-me arrastando...
Mas agora ouço vozes caladas que estão chamando,
como aves engaioladas que voam pelos céus gritando.
Será que chamam por mim?
Será que já te posso contar?
Falar-te no escuro silêncio dos meus medos,
murmurar em gritos meus eternos segredos,
e deixar escorrer por entre meus dedos
fios de desejos já ressequidos,
e meus olhos fechados de cansaço feridos
de tudo a que foram obrigados a ver
ao triste abandono a que me assisti,
e tentar então dizer-te quem fui, quem sou,
talvez com palavras que jamais escrevi....

16/3/2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Entardecer...


Dou por mim a medir no tempo,
o tempo que já não tenho,
procurando no passado o alento,
que me conforte o pensamento,
pois do futuro não sei o tamanho.
Será curto? Será longo?
Que será o meu porvir?
Que me espera para lá dessa porta,
ao fim dessa estrada ingreme e torta,
que jamais poderei abrir.
Que me interessa longa vida?
Se for mais tempo a não me encontrar...
Será melhor só mais um dia,
pleno de loucura e fantasia,
onde me possa deleitar.
Que me interessa saber mais,
por quanto mais tempo viver...
Serão mais felizes os sábios?
Sentirão eles nos lábios,
o eterno sabor do prazer?
É que eu quanto mais sei,
mais me sinto insatisfeito!
Mais percebo o que não dei...
Mais entendo que não acalmarei
esta inquietação em meu peito.
Quase ao anoitecer... entardeço!
Embora a luz se faça em mim!
E se partir? Será que mereço?
Um simples gesto de apreço,
um singelo aplauso de fim?