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Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Eternamente


Se fôr eterno o ardente desejo de viver e de sonhar...
Se fôr eterna a calma aceitação da morte...
Eternamente poderei chorar, a minha triste sorte.

Se fôr eterno o sabor que fica nos lábios sabendo a beijo...
Se fôr eterna a sensação de meu corpo nu abraçado...
Eternamente cantarei meu desejo, ainda que cansado.

Se fôr eterno o sangue gélido que me seca nas veias...
Se fôr eterna a razão de um dia não poder mais ser...
Eternamente defenderei estas ideias, sem as compreender.

Se fôr eterno o aconchego do teu corpo suado em mim...
Se fôr eterna a sede de em ti me querer pernoitar...
Eternamente adiarei deste amor o fim, para sempre te amar.

Se fôr eterno o receio de me perder algures na escuridão...
Se fôr eterna a luz do teu olhar no meu caminho...
Eternamente saberei de antemão, que não estou sózinho.

Se fôr eterno esse sorriso que não me deixa chorar...
Se fôr eterna essa lágrima que tantas vezes esconde meu riso.
Eternamente rirei sem parar, chorando se fôr preciso.

Se fôr eterno este sentimento de não querer perder o que sou...
Se fôr eterna esta vontade de ficar a viver em mim...
Eternamente negarei a quem chamou, à morte o fim.

Se fôr eterno este anseio de delirar em forma de poesia...
Se fôr eterna a palavra que me descreve em puro acaso...
Eternamente me excitarei nesta orgia, de escrever sem espaço.

Se fôr eterno o epitáfio escrito por quem não me conheceu...
Se fôr eterna a mentira de quem me conhece mas não me sente...
Eternamente seja então o mundo de orfeu, que minha alma não será gente.

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