Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Palavras poema, Saudades canção

Ah, meu amigo! agora já não te vejo!

Mas senti vontade de ainda te dizer,

que as despedidas aumentam o desejo,

que a alma vive, depois do corpo morrer.


Porque quando alguém se ausenta de nós,

e deixa ali por preencher o seu espaço

Dentro da cabeça ecoa ainda a sua voz,

e no corpo sente-se ainda o seu abraço.


Porque só se morre verdadeiramente,

para quem na vida, nada por nós sentiu.

Mas continuaremos a estar presente,

Para quem nos amou mesmo se não nos viu.


Por isso te agradeço ainda a tua amizade!

Tua mão estendida, teu gesto de amigo!

Tuas palavras sábias, tua verdade,

toda a paciência que tiveste comigo.


Lembro com saudade o teu sorriso!

Recordo a tua sempre boa disposição!

Como se para viver fosse apenas preciso,

Um palco, um microfone, uma canção.


A alma e o charme que punhas na voz!

O sentir cada palavra poema que cantavas!

Entoarão para sempre entre nós,

entre todos aqueles aos quais te davas.


Não choro por ti, perdoa-me, prefiro sorrir!

E dizer-te aqui escrevendo, obrigado amigo!

Cantarei por ti, mesmo que não possas ouvir!

Senhoras e senhores, o grande Al Rodrigo!


Dedicado ao meu grande amigo

e companheiro de canções

que já não está presente ,

que me incentivou na arte

de cantar desde a primeira hora !

Com ele aprendi

os primeiros passos desta profissão

observando a sua mestria

e o seu savoir faire.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Eternamente


Se fôr eterno o ardente desejo de viver e de sonhar...
Se fôr eterna a calma aceitação da morte...
Eternamente poderei chorar, a minha triste sorte.

Se fôr eterno o sabor que fica nos lábios sabendo a beijo...
Se fôr eterna a sensação de meu corpo nu abraçado...
Eternamente cantarei meu desejo, ainda que cansado.

Se fôr eterno o sangue gélido que me seca nas veias...
Se fôr eterna a razão de um dia não poder mais ser...
Eternamente defenderei estas ideias, sem as compreender.

Se fôr eterno o aconchego do teu corpo suado em mim...
Se fôr eterna a sede de em ti me querer pernoitar...
Eternamente adiarei deste amor o fim, para sempre te amar.

Se fôr eterno o receio de me perder algures na escuridão...
Se fôr eterna a luz do teu olhar no meu caminho...
Eternamente saberei de antemão, que não estou sózinho.

Se fôr eterno esse sorriso que não me deixa chorar...
Se fôr eterna essa lágrima que tantas vezes esconde meu riso.
Eternamente rirei sem parar, chorando se fôr preciso.

Se fôr eterno este sentimento de não querer perder o que sou...
Se fôr eterna esta vontade de ficar a viver em mim...
Eternamente negarei a quem chamou, à morte o fim.

Se fôr eterno este anseio de delirar em forma de poesia...
Se fôr eterna a palavra que me descreve em puro acaso...
Eternamente me excitarei nesta orgia, de escrever sem espaço.

Se fôr eterno o epitáfio escrito por quem não me conheceu...
Se fôr eterna a mentira de quem me conhece mas não me sente...
Eternamente seja então o mundo de orfeu, que minha alma não será gente.

terça-feira, 15 de março de 2011

As palavras que não escrevi....


Deixei passar o tempo,
correram noites, correram dias e quase me esqueci,
de usar as palavras para te contar o que fiz,
para te dizer o que ainda faço aqui.
para te dizer o que sinto ou até o que não senti.
Para te contar histórias de amor,
para te falar de momentos de dor. . .
mas se nada te disse, nada te contei,
onde andava eu perdido?
O papel ficou em branco, a caneta já não escreveu,
as palavras calaram-se, o poema não apareceu,
e o vazio, só podia ser eu!
Que caminhos me levou a vida?
Que tormentas? que paixões?
Que sonhos me deram guarida,
que poeta de ilusões?
Deixei vaguear minha mente,
e por aí me fui perdendo!
Pela vida fui-me arrastando...
Mas agora ouço vozes caladas que estão chamando,
como aves engaioladas que voam pelos céus gritando.
Será que chamam por mim?
Será que já te posso contar?
Falar-te no escuro silêncio dos meus medos,
murmurar em gritos meus eternos segredos,
e deixar escorrer por entre meus dedos
fios de desejos já ressequidos,
e meus olhos fechados de cansaço feridos
de tudo a que foram obrigados a ver
ao triste abandono a que me assisti,
e tentar então dizer-te quem fui, quem sou,
talvez com palavras que jamais escrevi....

16/3/2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Entardecer...


Dou por mim a medir no tempo,
o tempo que já não tenho,
procurando no passado o alento,
que me conforte o pensamento,
pois do futuro não sei o tamanho.
Será curto? Será longo?
Que será o meu porvir?
Que me espera para lá dessa porta,
ao fim dessa estrada ingreme e torta,
que jamais poderei abrir.
Que me interessa longa vida?
Se for mais tempo a não me encontrar...
Será melhor só mais um dia,
pleno de loucura e fantasia,
onde me possa deleitar.
Que me interessa saber mais,
por quanto mais tempo viver...
Serão mais felizes os sábios?
Sentirão eles nos lábios,
o eterno sabor do prazer?
É que eu quanto mais sei,
mais me sinto insatisfeito!
Mais percebo o que não dei...
Mais entendo que não acalmarei
esta inquietação em meu peito.
Quase ao anoitecer... entardeço!
Embora a luz se faça em mim!
E se partir? Será que mereço?
Um simples gesto de apreço,
um singelo aplauso de fim?