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Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

domingo, 22 de novembro de 2015

IRÓNICA CATARSE

Oh profeta tirano,
que me rasgas o ser, me fazes pensar....
Que trazes a mim o poeta, que delira,
e me fazes ver a mentira,
do que eu homem, quero sonhar.
Porque me trazes a razão,
quando quero viver em utopia?
Porque me tiras da mão,
essa réstia de alegria?
Porque não posso eu
dar-me ao luxo de pouco querer?
De alimentar minha alma,
com o amor que me acalma,
que me motiva a viver?
Porque me obrigas sempre,
a questionar o meu sentir?
E em cada sentimento,
ter de encontrar um momento,
para parar a reflectir....?
Só me queria deixar ser,
Só me queria em ilusão....
Será que não posso ter
uma breve vontade de viver,
um tempo de sublimação?
Trazes-me sempre a catarse,
demónios de infelicidades.
Como se fosse pecado amar-se
na mais pura das verdades.
E quanto menos eu peço,
para ser um pouco feliz....
Dizes-me que menos mereço,
nesse gesto de desprezo,
mas que mal é que eu te fiz?
Já nem sequer posso amar???
Mesmo sem nada pedir???
Só servirei para dar,
sem nada poder sentir???
E o que peço é tão pouco...
mas tanto seria para mim....
Mas logo me chamas de louco,
me derrubas com um soco,
e ao meu sonho tu pões fim.
E agora? O que me resta?
O que desta vida eu faço?
Farei uma irónica festa,
no vazio do meu abraço?
Para não magoar quem amo,
magoo de novo o meu ser...
deixando partir o que clamo
tudo aquilo que eu chamo
de mais nobre no meu viver.
Volto à vida sem sentido,
caminho, por caminhar...
Porque andarei perdido,
e o meu corpo vencido,
já não vai querer sonhar.
Profeta juiz, eu aceito,
nobremente o meu castigo.
Mas também sinto o direito,
de encontrar outro jeito,
de coabitar contigo.
Quero viver sem catarses,
que me roubam o melhor...
Neste tempo que já vivi,
se uma coisa já aprendi,
é a viver sem amor.

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