Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A GUERREIRA

Ao despertar, vestes esse trajar, que te assenta tão bem.
E sais confiante, para a batalha errante, de mais um dia.
Desbravas caminhos, rasgas pergaminhos, na certeza porém,
que na luta da vida, sendo destemida, ninguém te vencia.

E puxas da espada, segues pela estrada, ninguém te intimida.
E em cada momento, há sempre um argumento, pronto a dizer.
Em cada norma, encontras a forma, de lutar pela vida,
mas vais esquecendo, que enquanto vivendo, te deixas morrer.

Mulher decidida, mulher construída, na sua armadura.
Tentando parecer, que não tens sofrer, que ninguém te magoa.
Mulher guerreira, que á sua maneira, se mostra tão dura
mulher que vence, mas não convence, que nada lhe doa.

E ao fim da jornada, embainhas a espada, batalha vencida.
No caminho singelo, retomas ao castelo, para pernoitar.
No quarto calado, o silêncio ao lado, de tudo despida
mulher guerreira, és a prisioneira, do teu desvendar.

A lágrima escondida, de dores sofrida, que a vida te deu.
Os receios e medos, e tantos segredos, tudo bem guardado.
Mulher carente, que quer ser gente, mas que se escondeu,
das coisas do amor, para não sentir a dor, que sentiu no passado.

E na noite calada, calma e deitada, adormece a pensar
Nessa ambiguidade, nem sabe na verdade, afinal o que quer
Porque a mulher guerreira, não sendo verdadeira, tem de lutar
mas não sabe esquecer, que apenas quer ser, uma simples mulher.

Sem comentários:

Enviar um comentário