Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

sábado, 5 de dezembro de 2015

SOU? O QUE SOU?

Sou, o que sou, meio complicado e confuso,
meio louco, meio sério, meio obtuso.
Sou demasiado pensante, talvez delirante,
julgo-me poeta, julgo-me profeta,
Romântico incurável, insaciável,
painel em abstracto, tão sensível ao tacto.
Semente sem raiz, em árvore me fiz,
retalhos de dores, colhidos em amores,
sonhador tão sofrido, mas em fé reerguido.
Alimento quimeras, chovo Primaveras,
Sou caçador furtivo, caçando um motivo,
renego o marfim e metade de mim,
Não me compreendo, não me entendo,
já não me minto, já não me sinto,
Sou um barco sem mar, sem poder navegar,
Sou uma estrela cadente, luz intermitente,
Sou ave que grita, na noite escura e aflita,
Sou restos de um ser, que não sabe viver
Sou um tudo e sou nada, perdido na estrada,
já nem me ralo, já não me calo,
não aceito a mentira, essa arma que fira,
Sou amante num beijo, errante em desejo,
sou breve melodia, acordes em agonia,
Já não me nego, já não me entrego,
já não me vendo, já não me vou tendo.
Sou meio novo e velho, sou metade do espelho,
Sou, talvez serei, sempre metade do que me sei.

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