Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

SOU, MEU GRITO

Sim, eu sei,
que tudo aquilo que hoje eu sou,
é uma pálida semelhança do que fui outrora.
Em tempos fui vida,
hoje sou apenas breves minutos,
que se perdem numa hora.
Sou incerteza em dúvidas,
sou as razões da certeza,
Sou o reencontro da paz,
numa profunda tristeza.
Sou um saber inquieto,
de quanto mais eu me saiba,
cada vez menos me sei.
Sou como casa sem teto,
que não cheguei a ser lar,
donde saí mal entrei.
Assim me aceito...
sem saber se me quero....
Sou dor calada no peito,
que doendo já nem tem jeito,
de me negar ser sincero.
Já nem choro...
Mas também não imploro...
Sou apenas da soma resultado,
um valor acrescentado,
a tudo o mais que já vivi.
Sou a luz apagada,
dos momentos em que sofri,
sou trilhar da nova estrada,
que a bem ou mal eu segui.
Sou talvez eu, talvez tão pouco,
sou a feliz lucidez,
na cabeça de um louco.
Sou o meu sentir....
Sou o meu estar......
Sou o partir, sou o ficar....
Olho as mãos, nada tenho,
excepto marcas do cansaço...
Cicatrizes de cada passo...
Contudo, abro meu corpo,
e ao futuro eu me estendo....
Pois não me nego,
não me arrependo.
Sou a calma ironia,
do que não sei esquecer.
sou a espera dum novo dia,
Quando meu corpo em orgia
dentro de mim renascer.
Sou mil vezes sofrimento,
Uma corda cheia de nós....
Sou fé calando o tormento,
soltando de novo ao vento,
Meu grito solto na voz.

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