Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Um breve momento...

Ele chegou, silencioso, quase em segredo,
num momento que ninguém podia esperar.
Qual Primavera, que se anuncia mais cedo,
num dia de Inverno sem o sol a brilhar.

Como se de repente cerejeiras florissem,
pintando os campos com flores de desejos.
Como se nos teus lábios sementes parissem,
cerejas maduras transformadas em beijos.

Foi tão longa a espera por nós desenhada,
um adiar da certeza de um profundo querer.
Num receio infundado de um tudo ou nada,
do que pudesse depois em nós acontecer.

Tantas vezes contido num disfarçado jeito,
de negar a vontade que nossos corpos pediam.
Em doses pequenas de amor a preceito,
desejos de entrega em nós se escondiam.

De nada afinal serviu a fértil imaginação
de dois corpos abraçados junto ao nosso mar.
Porque o tempo não sabe o porquê da razão,
de um desejo contido não saber esperar.

Por isso ele chegou tão inesperadamente,
por entre carícias e tantos abraços trocados.
Num desprender dos conceitos já soltos da mente,
em que as mãos e os gestos já não eram pensados.

E foi longo e calado esse tão breve momento,
de tão rara beleza saciando a fome do desejo.
Que perdura ainda sorrindo em pensamento,
a felicidade sentida no nosso primeiro beijo.

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