Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A NOVA POESIA

Os poetas já não rimam...

Não são como antigamente.

Escrevem palavras que exprimam

e que em si próprios redimam,

tudo o que a alma sente.


Excedem-se no que é metafórico,

Para o que é simples dizer.

Num conjunto bem pictórico,

de frases por entender.


Tal como um pintor abstracto,

que solta pinceladas da mão.

Mas depois tem nobre explicação,

para as manchas que pintou,

E encontra um sentido lato

para algo que visionou.


Já não existem Camões,

Já não existem Arys,

Já não se escrevem canções

com os devidos pontos nos is.


Já não há poemas de Espanca,

nem a beleza de Andrade.

Chora triste a saudade,

sem os poetas de outrora

que brincavam com a rima

numa perfeita harmonia

e na métrica de cada verso

compunham a melodia

que entoava no universo

como verdadeira poesia.


Agora todos são poetas.

Todos querem ser fingidores.

Falsos escritores ou profetas,

que sem aptidões concretas,

rabiscam as suas dores,

ou os seus males de amores.

Como quem canta um fado,

e logo se julga fadista.

Num qualquer poema cantado

sem ter alma de artista.


Ah! Como eu gostava de ser

um poeta verdadeiro.

Ando por aqui a escrever

para tentar perceber

se sou um poeta inteiro.

Escrevo a dor que inquieta...

Escrevo a minha melancolia...

Sem saber se sou poeta,

ou sou frustrada poesia.





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