Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

NÓS

Eu, sem as tuas mãos no meu rosto,
daquele jeito que eu gosto,
fico sem saber o meu rumo,
ando ao acaso sem destino,
sou apenas como o fumo,
de chama que arde em desatino,
Sou de mim, uma metade,
sofrendo na intensa saudade,
que a outra metade me faz,
pois só contigo, na verdade
eu me encontro em paz.


Tu, que esperas pelos meus braços,
clamas meus beijos e abraços,
Afetos dum carinho silencioso,
o meu peito onde queres pernoitar,
o teu sorriso, tão precioso,
Apenas por me veres chegar.
Como se eu te enchesse a alma,
numa presença que acalma,
na voz que nada te diz,
o abraço seguro, que não espalma,
O ninho, onde te sentes feliz.


Nós, que nos queremos e amamos,
e só a dois nos completamos,
num extravasar dos sentidos,
da mais nobre cumplicidade,
dos momentos que são vividos,
em tão pura tranquilidade,
Onde tudo somos, de tudo falamos,
ou então calados, apenas ficamos,
como se não houvesse o  depois,
O importante é saber que voltamos,
a estar e a ser, apenas os dois.


Nós, dois seres, mas um só plural.
Nós, que nos atam e prendem afinal.
Apenas três letras com dois significados,
Que se ajustam ao que sentimos.
Um amor presente, com dois passados,
Um futuro que a dois construímos.
Um nós tão estranhamente improvável,
Um nós, inquietamente questionável,
Um nós, que não tem explicação.
Porque o mais belo, em nós, é louvável,
porque amar, é loucura sem razão.

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