Novidade

Brevemente, além de leres poderás ouvir os meus poemas e prosas recitados por mim e com fundo musical.

sábado, 26 de novembro de 2022

ALMA MATER

 A minha alma já deixou de ser minha!

Já não a construo, não a defino, nem a sei desenhar!

Agora é ela, que como alma rainha,

me leva pela mão enquanto caminha,

Agora pertence ao tempo, pertence ao céu e ao mar!


A minha alma já deixou de ter segredos!

É como livro arquivado que nunca foi lido.

É como tela que se pinta com a tinta nos dedos,

Largando os sonhos, o amor, os receios e os medos,

num gesto que acalma o meu corpo ferido.


A minha alma já não tem morada certa!

Agora é nómada em constante peregrinação.

Vive pelas ruas de uma cidade deserta,

Espreita pelo mundo por uma janela aberta,

Velando a dor da Humanidade em desconstrução.


A minha alma já não tem rasgos de euforia!

Agora tem silêncios de um profundo pesar.

Veste-se de música,  das palavras de uma poesia,

nas cores que dançam numa tela branca em orgia,

e já nem me deixa dizer o que eu arrisco pensar.


A minha alma já não é a mesma de outrora!

Agora é um mar de sangue onde navego sem fim.

E eu sem alma, não sei meu tempo nem sei a hora,

Apenas espero na ansiedade em que vivo agora,

por esta Alma Mater, que se apoderou e me define a mim.



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