Não me largues a mão.
Deixa-me guiar-te, atravessar-te a estrada
irei contigo a qualquer lado.
Acompanhar-te na tua longa caminhada
Sendo o teu fiel soldado.
Deixa-me ser sol ou lua cheia,
se acaso te perderes na escuridão.
Ser a bússola que norteia,
a tua débil orientação.
Não me largues a mão.
Deixa-me levar-te e ensinar-te
tudo o que eu já aprendi
Deixa-me mostrar-te e contar-te
os caminhos que eu percorri.
Deixa-me ser o teu afago
o conforto do teu aconchego
Deixa-me ser eu que apago,
algum teu desassossego.
Não me largues a mão.
Deixa-me proteger-te e amar-te
sendo o teu porto de abrigo.
Num mundo que quero dar-te,
sendo teu confidente e amigo.
Deixa-me ser teu herói
tua fonte de sabedoria.
e se algo em ti te dói,
fico eu em agonia.
Não me largues a mão.
Deixa-me dar-te toda a ternura,
e tudo o mais que eu possa dar.
Nessa tão ingrata aventura,
onde te preparo para voar.
Deixa-me ser teu escudeiro,
mesmo que não voltes ao ninho.
Deixa-me ser todo, inteiro,
uma constante no teu caminho.
Não me largues a mão.
Perdoa-me porque eu também falhei,
em escolhas erradas que fiz.
Mas foi porque lutando tentei,
ser outro alguém mais feliz.
Desculpa-me não te ter dado,
mais do que eu te pude dar.
Mas daria a vida de bom grado
para a tua vida salvar.
Não me largues a mão.
Agora sou eu que preciso
que me atravesses a estrada.
Amparado pelo teu sorriso,
a passear de mão dada.
Agora peço eu que me leves,
para brincar no jardim.
Os momentos contigo são breves,
e eu já caminho pró fim.
Não me largues a mão.
Lembra-te que te ofereci a minha,
na tua tão veloz meninice.
Agora em mim tudo se encaminha,
para uma solitária velhice.
Mas não te prendas por mim,
abre as asas, sê feliz e vai.
Se não puderes dar-me a mão no fim
não esqueças nunca que fui teu pai.
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