Vou...
Vou por aí, procurar por mim,
ciente da dificuldade de me encontrar.
Vou ao horizonte, atravesso a ponte,
e talvez me encontre
sentado à beira-mar.
Vou...
Vou sem destino, procurar o menino,
o ingénuo sonhador que me conheci.
Vou na ilusão, em inquietação,
descobrir a razão
porque me perdi.
Vou...
Vou embalado no vento, à procura de alento,
tentar descobrir em que episódio fiquei.
Vou em busca do paraíso, que me dê um sorriso,
ou até do juízo,
que perdi e não sei.
Vou...
Vou sem partir, e sem sequer sair,
pois dou por mim sempre no mesmo lugar.
Vou nesta fuga sem jeito, procurar o preceito,
porque me assiste o direito,
de não querer ficar.
Vou...
Vou contar as estrelas, mas nem consigo vê-las,
porque a noite tão escura me faz adormecer.
Vou num sono profundo, procurar outro mundo,
indagar no meu fundo,
o que é feito do meu ser.
Vou...
Vou acelerar os meus passos, e abrir os meus braços,
sem olhar para trás em tão breve despedida.
Vou e não levo pena, apenas uma mão que acena,
enquanto tudo me condena,
a ter de viver esta vida.
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