Poesia, poemas, contos e prosas. Desabafos e pensamentos, angústias e sentimentos. Um pouco de mim....
Novidade
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Suave ou Genuína Sedução
Quando os teus olhos cruzam,
se perdem e reencontram,
secretamente em meu olhar....
e os meus gestos inquietos,
que não sabem ser discretos,
não conseguem disfarçar...
Sinto nas veias correr uma doce emoção,
e pergunto-me se será,
uma suave sedução...
Quando as tuas mãos me tocam,
fingindo que tocam sem querer,
num toque que teima em tocar....
Como abelha que toca o mel,
sinto adocicar a pele,
num sentir que parece rasgar...
E descompassadamente o coração,
pergunta-me se será,
uma suave sedução...
Quando a tua voz me fala,
nesse susurro murmurante,
nesse tom quase sem falar...
É como se os meus ouvidos,
fosse o único dos meus sentidos,
e eu existisse para te escutar...
eu ouvindo-te, petrificado na atenção,
fico pensando se será,
uma suave sedução...
Quando a tua boca sorri,
com esse sorriso maroto,
com que me fazes encantar...
Ai dá-me uma vontade tão louca,
de beijar a tua boca,
e nesse sorriso ficar...
e bebendo teus lábios com sofreguidão,
penso se será,
uma suave sedução...
Quando o teu corpo se mexe,
e remexe à minha frente,
como se estivesse a dançar...
Para ficar só a ver,
Faço um esforço de me conter,
e não ter de te agarrar...
porque eu deliro com essa visão,
e não sei se será,
uma suave sedução...
Quando fazes, quando andas,
quando ris, quando choras,
quando... quando... seja o que fôr....
Eu tenho de guardar em segredo,
este entusiástico medo,
de julgar que isto é amor...
Porque em ti tudo é provocação,
ou será apenas,
genuína sedução?
É que nesse jogo, brincando,
não medes sequer o perigo,
o mal que possas causar...
Ao seduzires com essa arte,
poderei ficar a amar-te,
sem saber se te posso amar...
E quem vou culpar depois,
na loucura da paixão?
Terei de culpar os dois?
Ou culpo só a sedução?
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Mania de escrever...
Mas que mania que eu tenho,
de não conseguir falar
As coisas que eu mais sinto,
aquelas em que não minto,
mas que teimo em calar.
Se do tanto que eu penso,
é tão pouco o que digo....
Felizmente esta mania,
que para soltar a agonia,
só escrevendo o consigo.
Se as palavras sendo ditas,
conseguem outro entender...
Eu prefiro mesmo assim,
voltar a soltar em mim,
esta mania de escrever.
Lua em quarto crescente
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Lágrimas que queimam . . .
domingo, 10 de abril de 2011
Despertar em.... mim!
Mas eu, eu não conseguia dormir! Vigilante e atento, mantinha-me desperto com receio da noite acordar! Ali estavamos: eu... e a noite! Cheguei até a cantar-lhe baixinho canções de embalar que outrora aprendi. Depois, deixei que o silêncio me invadisse também, e até por breves momentos os meus pensamentos se calaram. E nesse total silêncio, encontrei um pedaço de mim que há muito tempo se tinha ausentado, talvez por força das circunstâncias, da vida vivida à pressa, do tempo que tempo não tem, do relógio que não pára ou que só pára quando não deve parar. Talvez a rotina e o cansaço dos dias tão cheios de tudo e tão vazios de prazer, me tenham roubado esse pedaço que outrora me completava na tentativa utópica de encontrar a plenitude de um estado de alma tranquilo e coerente.
Para dizer a verdade, achei estranho esse regresso inesperado, de algo que por vezes me fazia sentir mais homem e outras vezes redesenhava os caminhos do meu destino, do meu querer inscontante. Contudo, deixei-me ficar. Deixei que essa outra parte de mim se explicasse e me dissesse o porquê de voltar, assim, no silêncio, com a noite a dormir.....
Estaria eu a sonhar? Não, porque o sonho não vem assim, nem me faz sentir este aperto no peito de quem não encontra jeito de se aceitar. Estaria eu delirando? Mas que doença me daria tal febre de delirio permitindo tamanha e tão pura lucidez?
Nada fiz, e deixei-me levar aceitando essa sensação estranha de algo que me rasgava a pele e me dilacerava a carne, mas que em simultâneo me tranquilizava e me dava espasmos de prazer indefinido.
... Não sei como.... devo ter adormecido! E eu que devia tomar conta da noite.... Acabei por adormecer na noite que tão profundamente estava dormindo.
Hoje, quando acordei, já a noite tinha acordado e se tinha vestido de dia radiante. E eu, apenas eu, era um todo em mim. Era mais do que tinha sido, sendo uma gota de água sentia-me um mar, como se os meus braços fossem asas e pudesse voar livremente pelo meu imaginário, sem medo de conceitos ou preconceitos estabelecidos por conveniências comportamentais e sociais, era eu. Eu! Tão EU!